segunda-feira, 26 de abril de 2010

Também eu sou vulcão

Asas que a tua boca silenciaram

Pessoas impacientes noites esperaram

Alvoroço por semi mundo

Terror tão profundo

.

A tua voz rouca e quente

Eternamente incandescente

O pó do tempo do céu caiu

Na tua voz se acumulou, bem se viu

.

Pareces pintor barroco

Que compra um quadro

E sem querer

Esquece-se do troco

.

Tão profunda e sagrada

Poesia consagrada

Que das chamas da tua voz

Memórias de sentimentos sós

.

Ninguém compreende

Tão profundo lamento

São mágoas de sofrimento

Quem algo mais infinito que o tempo?

.

Romeu, invoca-te daqui

Segue o rumo, foge de ti

Vai ter com quem mais queiras

Porque nos ares ainda paira o perfume que cheiras

.

Das cinzas poesia

Letras que no céu parecem magia

Fizeste do céu folha de papel

Uma tela que pintas com pincel

.

Vai, liberta-te

Acorda do sonho, desperta-te

Nos ares leva a tua alma

Desprende para sempre a calma

.

Que o tempo infinito não te apague a vela

Que os continentes que te separam dela

Que os mares não apaguem o fogo

E Vai! Parte para lá

Não voltes cá!

.

Mas enquanto partes eu questiono-me

Será o meu fervilhar de amor

Tão forte como o teu fervor?

.

Pobres tolos

Não vêm agora nada

Coitados, têm a vista atada

E culpam-te a ti

Errar é humano? e culpar?

Também será humano desculpar?

.

Pobres tolos

E eles continuam, lamentam-se

Cobres-lhes o céu

A noite estrelada o breu

Mal deles se soubessem

Que eles cobrem os olhos uns aos outros

.

Pois é poesia que invocas

Quem te poderá negar isso?

Tão belas provas

Que até do céu caem trovões

Brilhos, luzes, cores, aos milhões

.

Só quem não quer ver

Não quer ter

Amigo estendo-te a minha mão

Pois mesmo pequena

Só desiste quem não sabe que vale a pena

Só não parte quem não ama de coração

Quem sente...não mente