Asas que a tua boca silenciaram
Pessoas impacientes noites esperaram
Alvoroço por semi mundo
Terror tão profundo
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A tua voz rouca e quente
Eternamente incandescente
O pó do tempo do céu caiu
Na tua voz se acumulou, bem se viu
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Pareces pintor barroco
Que compra um quadro
E sem querer
Esquece-se do troco
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Tão profunda e sagrada
Poesia consagrada
Que das chamas da tua voz
Memórias de sentimentos sós
Ninguém compreende
Tão profundo lamento
São mágoas de sofrimento
Quem algo mais infinito que o tempo?
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Romeu, invoca-te daqui
Segue o rumo, foge de ti
Vai ter com quem mais queiras
Porque nos ares ainda paira o perfume que cheiras
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Das cinzas poesia
Letras que no céu parecem magia
Fizeste do céu folha de papel
Uma tela que pintas com pincel
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Vai, liberta-te
Acorda do sonho, desperta-te
Nos ares leva a tua alma
Desprende para sempre a calma
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Que o tempo infinito não te apague a vela
Que os continentes que te separam dela
Que os mares não apaguem o fogo
E Vai! Parte para lá
Não voltes cá!
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Mas enquanto partes eu questiono-me
Será o meu fervilhar de amor
Tão forte como o teu fervor?
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Pobres tolos
Não vêm agora nada
Coitados, têm a vista atada
E culpam-te a ti
Errar é humano? e culpar?
Também será humano desculpar?
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Pobres tolos
E eles continuam, lamentam-se
Cobres-lhes o céu
A noite estrelada o breu
Mal deles se soubessem
Que eles cobrem os olhos uns aos outros
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Pois é poesia que invocas
Quem te poderá negar isso?
Tão belas provas
Que até do céu caem trovões
Brilhos, luzes, cores, aos milhões
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Só quem não quer ver
Não quer ter
Amigo estendo-te a minha mão
Pois mesmo pequena
Só desiste quem não sabe que vale a pena
Só não parte quem não ama de coração
Quem sente...não mente