Fito as horas mortas dos dias sequestrados,
As linhas distorcidas das nossas memórias.
Avisto ao perto os comboios à espera
E pessoas apinhadas de horas perdidas.
O teu sorriso férreo do outro lado da linha
Desvenda em espiral os arcos deixados pelo vento.
Quando a saudade dos teus lábios cerra,
Um beijo atravessa a janela e me aconchega a tua partida.
O inverno é tão quente como as tuas mãos!
Duvido que longe de mim sejas verão...
Na ambição do teu lenço branco esvoaçante;
Na ambição do teu regresso no berço do meu ser...