domingo, 12 de setembro de 2010

Estação

Fito as horas mortas dos dias sequestrados,

As linhas distorcidas das nossas memórias.

Avisto ao perto os comboios à espera

E pessoas apinhadas de horas perdidas.

O teu sorriso férreo do outro lado da linha

Desvenda em espiral os arcos deixados pelo vento.

Quando a saudade dos teus lábios cerra,

Um beijo atravessa a janela e me aconchega a tua partida.

O inverno é tão quente como as tuas mãos!

Duvido que longe de mim sejas verão...

Na ambição do teu lenço branco esvoaçante;

Na ambição do teu regresso no berço do meu ser...