Dá de beber às minhas palavras gastas,
Pois conheço todas as horas de domingo.
As horas em que te encontras comigo
E permaneço imóvel até que me beijes.
Debaixo da nossa roupa somos nus.
Somos o perfeccionismo da simplicidade,
A vaidade da mão dada, inocente,
O beijo "ó-de leve" sobre os lábios teus!
A agitada euforia por te ver,
Cresce dentro de mim.
Por saber que me queres
Eu insisto em ir mais depressa ver-te.
Não sou deveras sólido, como o meu corpo emana,
Sou também água que te limpa o rosto,
Sou também sal que tempera os sentidos
Mas não sou quem eu não queria ser...
Na ávida cortesia da manhã,
Desperta o relógio no tilintar
Audaz. Que me abre os olhos
Sobre o teu rosto delicado.
Sobre calçada, limpas os tamancos,
Ajeitas o vestido seco, em tons de branco.
Sacodes o cabelo do vento do Outono
E danças sobre as pedras ao sabor da macaca.
De longe se percebia a tua inocência
Mas de perto saboreia-se melhor.
Sentem-se os pormenores ao pormenor.
Desenhas no céu estrelas de 5 pontas