terça-feira, 25 de maio de 2010

Dor(de)mente

É tão cruel saber
Que numa perfeita gota de água
Em cloreto de sódio dissolvido
Tristeza, cansaço, dor e sofrimento
Mas no fundo do meu tormento
Que isto não é raro
É sempre que acordo
É sempre que respiro
Mas ninguém acredita
Falta realmente a crença
Que eu digo a verdade quando sofro
Por favor oiçam as minhas preces
Cubram-me com água
Dissolvam-me as doenças
Por vocês mundo eu sofro
Rastejo de imobilidade
O meu corpo já não pede
Ele já não fala
Não se mexe
Mas ainda vive
Mas cuidado meus amigos
Que não é meu corpo que amarga
Minha mente ferve
Minha cabeça aquece, ebolui
Não é cansaço não senhor
Não é físico
É a bombamente que se quer disparar
Espero poder aguentar
Se não me salvam já
Se ela rebenta
A luz escurece lenta
E me falta o respirar
Me cortam o olhar
O coração nas minhas mãos
Deixa de funcionar
Mas minha cabeça essa
Que em peças não vou poder juntar
Rebentou, morreu, estilhaços nos terraços
Se não me salvam já
Se ela rebenta
Honrem-me não por ser herói
Mas por acreditar no que mais ninguém acredita
Que nenhum Homem sofra
Da falta de credibilidade
Quando se trata de doença
Que não se lhe acabe a crença
Se não me salvam já
Ela rebenta