sábado, 27 de agosto de 2011

Vim Aqui Enganar o Diabo

Dê-me as rédeas condutor!
Hoje é o Diabo que me espera!

Desço a avenida, de cigarro incendiado.
Tropeçam as rodas na calçada e o homem avisa: Cuidado!
Confie em mim que da Marinha eu sou Cabo
E somente quem engano é o Diabo!

Mesmo assim tenha prudência excelência.
Não haja tropeções que não sejam da sua preferência...
Das atenções e dos cuidados estou agradecido
Mas não se exceda do que em dinheiro lhe foi prometido.

Pára-se a Charrete e sem demoras dá-se o respectivo,
Não fosse ele pedir atenções por quase já não estar vivo.
Capa sobre os ombros e remamos sem demoras!
Não fosse também o relógio agora molestar com as horas...

Entro, Casino indumentado de tom preferencialmente: Vermelho.
Dobro a capa e entrego-a, sigo para a sala e sento-me de imagem reflectida ao espelho.
Aos convidados a serventia é cuidada e especial
Não obstante aos aposentos do diabo tudo tem um toque divinal...

Mencionar-se-ia à priori o cumprimento genial e cavalheiresco do Infame
Não fosse outrora, o dono de tal casa de "sortes e azares", assim se chame.
Um mero jogo de Poker que é centro das atenções.
Sorte ou azar, este jamais é um simples jogo de tostões.

Jogo de almas, e em apostas com o Diabo assim será:
Somente um olho no burro e outro no cigano, não bastará!
A considerar pelo adversário, a hipótese da vitória é minimal
Mas mais prazer terá ao vencer este animal...

As cartas em cortejo coordenado, inflamam a mesa de combinações,
Coroado seja o que dali melhor arranjo na mão tiver, um tal arranjo de corações.
As apostas são como o vinho, assim vem, assim vai
Mas desta vez ou daqui se ganha e se parte ou daqui se perde e nunca mais se sai.

Ultimas apostas! Sempre regrado, e hesitante na esperança de um tropeção.
O Blasfemo é esperto! Não cai assim nos esquemas de beijada mão.
Desconfiam-lhe os olhos e mais a sabedoria... Mas se não fosse a ironia...
Voilà! As suas cartas esbatem com violência e as minhas caem como por magia.

O Mor Cabo tem Royal Straight Flush... Mas o meu Lord tem um Straight Flush de bradar aos Céus!
A tua alma ainda não é minha, mas no inferno arderá com as chamas dos meus véus!
As suas palavras Diabo, já não ferem o meu Sobejo Ego!
Este jamais nas chamas da traição, da vingança e da cobiça tropeçará sendo completamente cego!

Capa reposta aos ombros e a alma na algibeira.
Saio de Queixo alevantado, e passo glorioso pela expressão diabólica e grosseira.
Cá fora, Chovem as suas lágrimas ensanguentadas e com a derrota ainda a latejar.
Felizmente, não queimam como me prometeu queimar a alma, quando um dia lá voltar!

Tome as rédeas condutor!
Hoje, foi o Diabo que se curvou a meus pés!


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Vida, morte e vice versa

Acordo de manhã com a cara por lavar,
Vagueio pela rua, cambaleando nos meus passos...
Sujas são as roupas que me cobrem o corpo.
Tenho pedaços de mim que já estão mortos à anos.

Sou olhado com desprezo, cuspido na face e esmurrado no rosto.
As pessoas ignoram quando estendo a mão ou quando peço pão!
De tantas lágrimas o meu rosto secou salgado à luz dolorosa do sol.
À medida que o tempo passa vou morrendo cada vez mais, bocadinho por bocadinho...

Assim, com o tempo e com a fraqueza do meu corpo,
Este, acaba de se enterrar na terra que em tempos me serviu de chão.
É agora o meu lar, o meu encosto, o meu cobertor, a minha campa.
Está na hora de dizer as últimas palavras e não vaguear mais...

Não obstante, os mortos são imortais!
Invariáveis no tempo, não envelhecem, não engordam,
Não ficam doentes ou guardam rancores.
São deuses, são jovens para sempre!

No entanto prefiro a efemeridade que a vida nos dá:
Nascer, correr, cair, esmurrar o joelho e chorar até casa!
Criar amores enquanto jovem, guarda-los quando adulto,
Mostrar emoções, guarda-las, envelhecer e talvez adoecer...

Viver é soberano, é a sensação de sentir a carne dentro de nós
Que mexe e remexe, é sentir tudo o que nos rodeia, mergulhar,
mergulhar na vida é ser plácido na placidez dos tempos plácidos.
Viver é o complemento da vida. Viver é todo o orgulho que tenho em mim.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ciclo da Vida

Sou um peixe! Dentro do teu saco cheio de água.
Mergulhaste-me e prometeste-me levar-me cedo para casa.
Levaste-me à janela no carro, vi todas as paisagens, todas as cores.
Sorriste! Deste-me um nome. Agarraste bem o meu saco com água e disseste:
Nunca, nunca te vou esquecer!
Prometeste-me um grande aquário quando chegássemos;
Uma vista e o sol todos os dias a brilhar.
Afirmaste que cuidarias de mim e que me visitarias todos os dias,
Sem falta. Dar-me-ias comida, mudar-me-ias a água mil vezes por dia.
Apaixonaste-te por mim...
Engraçado... Não abriste nenhum buraco no saco. Horas e horas de viagem,
Sem ar. Claramente vou morrer, a olhar para ti, que neste momento
Desviaste toda a tua atenção. És criança.
Nada toma a devida importância quando somos crianças.
Deste-me 10 minutos de fama, e morri no teu coração.
Assim vai acontecer com o meu coração... Quando reparares, chorarás…
Chorarás tão alto e tão triste que os teus pais vão voltar à loja
E vão trazer-te o meu irmão, para que sufoque como eu sufoquei.
Nas tuas mãos inocentes e dóceis de uma criança.
A inocência de muitos, causa a morte a muitos outros.
Eu não sou só um peixe, sou também um coração! Cuidado!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Que se lixe

Não sejas tolo
Perder todas as noções
Desatar em sentimentos
Que se lixe o politicamente correcto
Não sou estóicista,
Encaro a vida.
Choro, rio, fujo, tenho medos
Estou-me nas tintas
Não fomos criados para regras
Para moralizações.
Sou um bicho da terra
Sou a caixa vazia de fósforos
Esmagada e deitada ao lixo
Gasta e rasgada
Mas tive a minha forma de viver
Vi a chama que reúne
Amor e ódio, deixei-a arder
Apagou-se. Ponto final
Não concordo, mas que se lixe!
Não me vou preocupar, que se lixe!
Não fomos feitos para viver
Fomos feitos para sentir,
Sofrer, rir, falar, pensar,
Não sou estóicista
Mas que se lixe a vida
No entanto, os meus sentimentos
Suplantam toda a ideia de viver
Agrada-me a ideia de ser feliz
Fere-me a ideia de voltar a sofrer
Que se lixe!
Serei eu quando estiver feliz
Lixar-me-ei
E serei estóico quando sofrer
Ou fizer sofrer!
Quero que se lixe
A vida não foi feita para se viver
A vida foi feita. Ponto final.

sábado, 6 de agosto de 2011

Quero Quebrar as Paredes do Socialmente Correcto

Sei que nunca te vi!
Nunca te toquei,
Te abracei
Ou te beijei…


Vivo o agora, o presente!
Não quero saber do resto.
De consequências,
De tristezas…


Quero viver um sonho proibido!
Amar à primeira vista.
Ser feliz e não sofrer.
Orgulhar-me e não olhar para trás…


Tenho no sangue o sabor do vento, do desejo.
No peito a vibração das tuas palavras
Os meus ossos corroem-se de ambição
Quero arriscar, sair e voar!


Voa… voa comigo!