sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Amor a condizer

Se as capas grossas dos meus cadernos dobrados,

Fossem, um dia, servir-te mil recados…

Eu estaria agora em ventre dos teus olhos.

Na palma das tuas mãos segredos aos molhos.

Oh Pátria! Minha agonia, por ti desejo…

Perante a janela, descalça te vejo,

Lágrimas que em rios desaguam

Às saudades que perduram.

Vinde de lá salvadora de meu esplendor,

Debruçar-te no meu regaço em flor.

Dividir-te os teus nobres cabelos com minhas unhas,

Glorificar o teu sorriso de doces cunhas.

Emana-te do sol e descai sobre o mar,

O mar do meu coração, pronto para te amar.

Embrulhas os cabelos em calçadas de prata,

E eu me debruço sobre teus lábios que outros lábios mata.

Sou um condenado ao teu fascínio ardente,

Que me dissolve o corpo e me comove a mente.

Visto as roupas que o armário que oferece a escolher

E saio à rua com o meu amor a condizer.