Levanto o rosto, abro a boca
É tempo de sentir a chuva
A molhar-me o sangue
Penetrar-me por entre os ossos
Que mal me podes fazer
Quando só queres ser minha?
Haverá algum mal
Dar-te espaço dentro de mim
Para que prospere um grande amor?
Sento-me à sombra de um sobreiro
Sinto o calor deste Alentejo
Fecho os olhos e inspiro
Os odores deste paraíso
Ao menos o verão é todos os anos
Endoideço com as tuas crónicas
Leio-te entre suores frios e quentes
Diz-me se há algo melhor
Que toda a raiva e paixão
Que despertas em mim!
Um dia vai haver tempo para nós
Um dia vai haver tempo para amar
Fecho os olhos, abro os braços
Levanto o rosto, abro a boca
É tempo de te começar a amar