quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Espero pelo amanhã

Tenho o dom de tornar tudo o que é puro em impuro:
Seja oxigénio em algo mortífero para a vida,
Seja a maça dourada que transformo num caroço inútil,
Seja um sorriso numa lágrima penosa

Gostava de mudar, de me tornar um abraço
Que cure o mal, trazendo o bem.
Um curativo para um ferimento que teima em sarar
Que apenas traga alegria e descontracção.

Mas eu já fui feliz, agora sinto a dificuldade…
Nem todo o abraço me ajuda,
Nem todo o silêncio cura…

Não. Gostava de saber o que faço,
Ter a consciência das minhas acções.
Controlar os sentimentos
E poder viver os momentos,
Sem o peso da consciência.

Chego a desconhecer-me,
O meu ser confunde-me.
Penso que me divido…
Estarei a dividir-me ?
A separar o bem do mal
Enquanto o bem sobressai
O mal contrai e contrai.

E quando não aguenta mais,
Rebenta, e desaba Henrique Santos.
As tuas muralhas caíram meu grande,
As tuas tropas morreram.

Venha a pomba branca,
Abrindo as assas
E que te abrace,
Que te cure
Que te dê assas.
Para mais fácil suportares essa dor,
Levando assim o que atormenta.
Que mude quem és.
Eu sou o teu bem
Sou a tua pomba branca,
Eu sou o abraço que esperas.