quinta-feira, 3 de abril de 2014

Deixa-me

Neste momento deveriam correr lágrimas pelo meu rosto
Lágrimas essas que me secariam os olhos, a pele
Me secariam os lábios e a boca, de tal forma
Que nem este copo d'agua me molharia a boca

Neste momento deveria sentir apertos no peito
Apertos tão fortes que me faltasse o ar
Deveria sentir os olhos magoados
De conterem tantas mágoas

Deveria soluçar perdidamente pela falta de ar
Pela dor que deveria sentir em mim
Deveria corroe-me e matar-me por dentro
Agarrando com força o coração até sufocar

Mas não sinto nada, não me correm lágrimas pelo rosto
Não me seca a pele nem a boca, nem há água neste copo
Não agarro este coração nem o esmago
Porque se fosse chorar era estar-me a importar por quem não merece