terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Camaleão

Camaleão como posso ser como tu?
Exibir tantas cores,
Disfarçar-me como o meio.
Tentei de tudo…
Aguarelas, guache, tinta de pintor.
Tudo e de tudo nada resultou.
Camaleão como posso ser como tu?

Quero ser verde para ser erva
E assim o vento arejará os meus cabelos.
Quero ser azul para ser céu
E assim ver tudo lá de cima.
Quero ser castanho para ser terra
E assim ser o centro de tudo.
Quero ser transparente para ser água
E assim ser essencial à vida.
Quero ser invisível para ser vento
E assim viajar à volta do mundo.
Camaleão como posso ser como tu?

Camaleão agora não te safas.
Imitei-te e escondi-me no ramo.
Na 13ª ramada onde sempre te escondes,
Por cima da casa do esquilo e por baixo da do morcego.
Esperei que adormecesses de depois…
Ataquei!!
Zás!
Trás!
Pás!
Roubei-te as cores,
Ahahah! Camaleão albino!
Branquelas!!

Agora sou eu o camaleão e ataco sem perdão.
Ninguém me vê, sou invisível.
E tu pobrezinho, estás branco de medo,
Branco com frio, branco sem cor.
Camaleão meio camelo meio leão
Onde está essa garra de leão sem a tua juba?

Camaleão queres ser como eu?
Pinta-te de mundo e safa-te à tua maneira!
A vida não é fácil para ninguém.
Eu lutei pelo que quero,
Luta agora pelos teus direitos.
Contra mim infractor que te roubei a cor.

Vem camaleão exibe alguma razão.
Deixa de te esconderes.
Deixa de ficar calado.
São tempos de mudança.
Muda de atitude camaleão!
Muda de pensamento camaleão!
Muda de cor camaleão!