quinta-feira, 17 de julho de 2014

Não há palavra que me acalme mais do que o silêncio

Não há palavra que me acalme mais do que o silêncio.
O cheiro dos livros não me fala aos ouvidos
Mas nele sinto todas as palavras que ele tem para me contar.

Há tempos em que apenas o silêncio é onde quero estar.
Não que não goste do caos e o desassossego citadino!
Mas a simplicidade daquelas palavras mudas confortam-me.

O sossego é como um gelado no verão, como um café pela manhã,
Como um abraço num reencontro ou um beijo de despedida!
Não morremos se não o tivermos, mas é a melhor coisa do mundo...

Acho que posso descrever o silêncio como um acto de sedução.
Uns olhares tímidos e apaixonados a cruzar os cantos da sala
Sem que ninguém note que aqueles dois corações se apaixonaram.

Mas na verdade, eu nunca consigo estar parado!
Por muito quieto que me encontre, o meu cérebro...
O meu cérebro leva-me para onde a minha imaginação quer estar!

Mas na minha imaginação por muito agitado que esteja
Não há recriações de som, é um teatro mudo...
E assim, este cinema me entorpece-me os sentidos, fecho os olhos e até amanhã!

Assim por fim o silêncio alcança integralmente o meu ser.
E adormeço pela calada da noite, sobre o meu próprio silêncio.
E o único silêncio que não é silêncio é o silêncio do meu coração.